
Projetos audiovisuais, artísticos, educacionais, jornalísticos e acadêmicos receberão até R$ 100 mil
Agência FAPESP – O Instituto Serrapilheira selecionou 14 projetos inovadores de divulgadores de ciência para receber um financiamento de até R$ 100 mil, cada um, por um ano. Eles foram escolhidos entre as 50 propostas enviadas na fase final do Camp Serrapilheira, o programa de apoio à divulgação científica lançado pelo instituto em 2018.
Segundo o instituto, entre os selecionados há projetos audiovisuais, educacionais, jornalísticos, acadêmicos e artísticos, de sete estados do Brasil e em diferentes estágios de desenvolvimento. Assim como é feito com os projetos de pesquisa, o Serrapilheira oferece flexibilidade e desburocratização no uso dos recursos, para tornar o financiamento à divulgação científica mais acessível para além de instituições de pesquisa.
Um dos trabalhos selecionados mistura pesquisa e ciência cidadã ao incentivar que toda a sociedade colabore com o monitoramento dos corais. O De Olho nos Corais incentiva que os turistas tirem fotos desses animais e compartilhem nas redes sociais, para que a equipe acompanhe suas condições. Criado pelo biólogo Guilherme Longo, que estuda o branqueamento dos corais no Nordeste brasileiro, o De Olho nos Corais inclui até placas no fundo do mar que lembram os mergulhadores de participar da iniciativa.
O Data14, da jornalista Sabine Righetti, apresentadora do programa Ciência Aberta da FAPESP e Folha de S.Paulo, será uma plataforma que dará tratamento de imprensa a estudos científicos. O Data14 vai preparar e divulgar pesquisas brasileiras para a imprensa em uma linguagem acessível.
Criado pela estudante de engenharia da computação Carlla Vicna, de 19 anos, o Projeto Cosmos leva conhecimentos de Astronomia a escolas públicas de Manaus de forma interdisciplinar. Em três anos, já formou sete turmas preparatórias para as Olimpíadas de Astronomia, organizou sete ações comunitárias e mais de 25 palestras e oficinas.
Já o Silo promove atividades transdisciplinares misturando arte, cultura, ciência e tecnologia em Serrinha do Alambari, na zona rural do Rio de Janeiro. Com os recursos do Camp, o Silo vai difundir o Interactivos, um laboratório de experimentação e inovação cidadã para desenvolver projetos colaborativos que unem saberes populares e científicos, a partir de uma parceria com o Observatório Aves da Mantiqueira (OAMa).
Outros selecionados pretendem levar a ciência a um público jovem, como o podcast 37 graus, a startup Numinalabs, que busca profissionalizar youtubers de ciência, e o Cientista Beta, que promove iniciação científica para alunos do ensino médio e os coloca em contato com pesquisadores.
O Camp buscou identificar ideias que proponham abordagens inovadoras de assuntos científicos e incentivem o interesse de jovens pela área. “Com esses novos perfis, queremos criar uma rede de divulgadores comprometidos com o princípio de excelência”, disse Natasha Felizi, diretora de Divulgação Científica do Serrapilheira.
“A ideia é que eles trabalhem com cientistas jovens, de ponta, que atuam na fronteira dos seus campos de conhecimento e, ao mesmo tempo, que os pesquisadores apoiados pelo instituto tenham acesso a uma nova maneira de falar sobre ciência”, disse.
A primeira fase do Camp Serrapilheira foi um evento realizado em setembro, no Museu do Amanhã (RJ), sobre formas inovadoras e estratégias criativas para a divulgação científica. Cinquenta divulgadores entre 871 inscritos foram selecionados para o encontro. Na segunda fase, os 50 participantes foram convidados a enviar seus projetos para concorrer ao apoio de R$ 100 mil.
Projetos selecionados:
Gênero e Número, de Giuliana Bianconi: envolve a criação de um atlas da produção científica de mulheres.
Nexo Jornal, de José Orenstein: vai fazer uma série de reportagens e vídeos sobre cientistas brasileiros do passado e do presente.
DDC-UFMG, de Yuri Castelfranchi: formação transversal em divulgação científica na universidade.
Computação sem Caô, de Ana Carolina da Hora: canal no YouTube para explicar computação a públicos jovens.
Sonora, de Luisa Puterman: imersões artísticas sonoras para temas científicos.
Ciente, de Hugo Fernandes: biólogo da Universidade Estadual do Ceará faz um programa na TV aberta do Ceará, o “Zoa”, e lançará outro na BandNews.
De Olho nos Corais, de Guilherme Longo: projeto de ciência cidadã para monitoramento dos corais.
37 Graus, de Sarah Azoubel: podcast de ciência.
Data 14, de Sabine Righetti: plataforma para divulgar pesquisas brasileiras.
Silo, de Cinthia Mendonça: atividades transdisciplinares misturando arte, cultura, ciência e tecnologia na zona rural do Rio de Janeiro.
Projeto Cosmos, de Carlla Vicna: Astronomia em escolas públicas de Manaus.
Numinalabs, de Rafael Bento: startup profissionalizante de youtubers de ciência.
Cientista Beta, de Kawoana Viana: iniciação científica no ensino médio.
Biblioscópio, de Fernanda Diamant: cobertura multiplataforma de livros de divulgação científica pela Revista 451, de resenha literária.
Mais informações: https://serrapilheira.org.