(imagem: E. BOLDOG ET AL., NATURE NEUROSCIENCE 10.1038 (2018))
Em uma adição misteriosa à família de células do cérebro, pesquisadores descobriram um novo tipo de neurônio – um pacote espesso e denso que está presente nas pessoas, mas parece não existir em camundongos. Esses “neurônios de rosa mosqueta” foram encontrados na camada superior do córtex, que abriga diferentes tipos de neurônios inibidores da atividade de outros neurônios.
Cientistas identificaram os neurônios em fatias de tecido cerebral humano como parte de um esforço maior para inventariar células cerebrais humanas combinando estudo microscópico da anatomia do cérebro e a análise genética de células individuais. As células eram pequenas e compactas, com uma forma densa e espessa. Nos pontos ao longo de suas projeções, onde transmitem sinais para outras células – chamadas de botões axonais -, elas tinham estruturas bulbosas e incomumente grandes, que inspiraram o nome delas.
Para classificar precisamente essas células, os cientistas analisaram sua expressão gênica. Foi quando eles perceberam que o conjunto de genes expressos nesses neurônios inibitórios não correspondia a nenhuma célula previamente identificada no camundongo, sugerindo que eles não têm nenhum análogo no roedor frequentemente usado como modelo para humanos, relatam os autores hoje na Nature Neuroscience. A descoberta também levanta a questão de saber se esses neurônios são fundamentais para certas funções cerebrais que nos separam dos ratos.
Mas a função exata desses novos neurônios ainda é um mistério. Os neurônios da Rosa Mosqueta parecem constituir apenas 10% a 15% dos neurônios inibitórios na primeira camada do córtex e provavelmente ainda mais escassos em outros lugares. A localização de seus pontos de contato em outros neurônios sugere que eles estão em uma posição poderosa para frear outros sinais excitatórios – pelos quais circuitos complexos de neurônios se ativam em todo o cérebro. Os pesquisadores agora planejam estudar como os neurônios de mosquitos estão organizados nesses circuitos maiores – e para investigar se sua disfunção pode desempenhar um papel na doença neuropsiquiátrica.