Medicina nuclear será tema de evento realizado na USP

O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) foi pioneiro na produção de radioisótopos e radiofármacos no Brasil. A atividade começou de forma experimental em 1959 e é usada para diagnóstico e terapia de doenças relacionadas à tireoide e também câncer. As pesquisas do IPEN foram fundamentais para a viabilização e consolidação da medicina nuclear no Brasil e por isso, em agosto, a instituição está promovendo uma série de eventos em comemoração ao aniversário do início da produção de radiofármacos no país, de nome 60 anos de Radiofármacos no Brasil – o IPEN na fronteira da Medicina Nuclear.

Uma das maiores atividades do IPEN consiste em suprir a demanda de hospitais e clínicas com radiofármacos, que são substâncias químicas com elementos radioativos absorvidas pelo organismo humano. Desde sua criação, o Instituto realizou cerca de 40 milhões de procedimentos na medicina nuclear.

Adriana Miranda, doutora em física pela USP, e Ana Paula Freire, jornalista do IPEN, contaram ao Momento USP Inovação qual a importância da divulgação científica atrelada à tecnologia nuclear. Ana explica que “quando as pessoas pensam nesse assunto geralmente o associam ou à bomba atômica ou a acidentes como Chernobyl, Fukushima ou até mesmo o episódio do Césio 137 aqui no Brasil. No IPEN, utilizamos a tecnologia nuclear à serviço da vida, porque tem uma infinidade de aplicações na saúde, meio ambiente, e até mesmo na preservação de acervos culturais, tudo feito com segurança. Existe uma riqueza de aplicações em benefício da sociedade e, embora seja difícil, a divulgação dessas vantagens é fundamental para que as pessoas saibam de iniciativas como a nossa, que hoje fornece radioisótopos e radiofármacos para 420 clínicas do Brasil”.

O segundo evento da série realizada pelo Instituto acontece no dia 22 de agosto, das 13h30 às 18h, na Arena Santander, localizada na Cidade Universitária. Adriana conta que a organização do próximo encontro terá um formato que auxiliará na integração entre os participantes. Todos os interessados podem participar, mas a intenção é atrair pessoas que não estão envolvidas diretamente com essa área acadêmica: “teremos pequenas talks de cerca de 15 minutos de duração com a participação de especialistas, e depois haverá rodas de discussão, onde queremos priorizar a participação de participantes fora da comunidade científica em si, mas que esteja curioso para entender mais sobre radiofármacos”.

Para participar, é necessário realizar a inscrição por meio deste link. Mais informações, incluindo a programação completa, podem ser conferidas no site 60anosderadiofarmacos.ipen.br.