Imunoterapia com células Car T deve ser testada para leucemia

A nova unidade de Hematologia do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, com quartos individuais e um sistema avançado de prevenção de doenças infecciosas, comemora um ano. Neste período, foram atendidos 136 transplantes de medula óssea e com nível de infecção muito abaixo do que havia nos últimos anos, enquanto só existia a Unidade de Transplante de Medula Óssea, presente desde 1989 — são 40 anos de transplante de medula óssea no Brasil. O Jornal da USP no Ar conversa sobre o assunto com Vanderson Rocha, chefe da Hematologia e Terapia Celular do HC.

O trabalho não se resume às telas da medula óssea, e se expande para as recentemente modificadas, como as células Car T. De acordo com o chefe da Hematologia e Terapia Celular do HC, a técnica já acontece na China, Estados e Europa, com a produção de células com custo em torno de 400 mil dólares, 2 milhões de reais. Os estudos clínicos são pioneiros no Brasil, mas apresentam eficácia no mesmo nível do das iniciativas internacionais, vide sucesso na aplicação da terapia no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

A divisão, em conjunto com a USP Ribeirão Preto, desenvolve uma nova metodologia de terapia celular que beneficia casos de câncer do sangue, como linfomas, leucemias e os recentes mielomas. Os outros tipos de câncer ainda estão em experimentação e os resultados não são tão animadores quanto das doenças do sangue, provavelmente porque os tumores chamados sólidos precisam fazer com que as células entrem dentro do tumor e isso ainda não é possível. “Por enquanto, no Brasil, temos protocolo somente para linfomas, mas, no futuro próximo, possivelmente para leucemia”, afirma Rocha.