Ciência USP #05: Pode a inteligência artificial ajudar a entender o cérebro?

A inteligência artificial é cada vez mais um tema do cotidiano. Ela está na conta de luz, nas redes sociais e nas plataformas de
streaming de música e filmes. Um ramo das ciências da computação vai um pouco além, e propõe o uso da inteligência artificial como ferramenta para conhecer melhor o funcionamento do cérebro. Sempre curiosa, a equipe do Ciência USP foi conversar com cientistas da computação para perguntar o que eles pensam sobre o assunto.

Segundo André Carvalho, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP e integrante do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), conta que, décadas atrás, os cientistas sonhavam desvendar os mecanismos de funcionamento do cérebro por meio da modelagem de redes neurais artificiais.

Essas redes neurais são uma técnica utilizada no campo de estudos da inteligência artificial. Ela é inspirada na comunicação entre neurônios, mas até hoje não foi capaz de realmente servir como modelo para o funcionamento do cérebro. Carvalho, no entanto, não descarta a possibilidade de técnicas mais recentes conseguirem resultados melhores.

Já Leliane Barros, do Laboratório de Lógica, Inteligência Artificial e Métodos Formais do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, é mais cética. “Talvez a gente
tenha até alguma compreensão sobre o comportamento, mas não sobre os modelos cognitivos de fato”, opinou a professora.

Galáxia “empenada”

E no destaque internacional deste episódio, o tema é a astronomia. Um estudo recente publicado na revista Nature Astronomyrevelou que as bordas da Via Láctea têm uma deformação que as faz parecerem “empenadas”. Isso ocorre na região da nossa galáxia onde a força gravitacional é menor.

Fonte:

Jornal USP