Calor fora de época pode aumentar incidência de doenças cardíacas

Na coluna de hoje, Paulo Saldiva comenta sobre o impacto, para o organismo, das altas temperaturas que acometem a cidade de São Paulo em pleno inverno. Estudos realizados em mais de 1.820 cidades brasileiras mostraram que variações de temperatura atípicas estão relacionadas ao aumento da mortalidade prematura causada por problemas cardiovasculares.

Isso acontece não só pela vasodilatação, que força o coração a bombear mais sangue para as periferias do corpo, mas também pela baixa umidade do ar, que potencializa o desenvolvimento de infecções e perda de água na umidificação pela respiração. “Chegamos a perder de dois a dois litros e meio de água sem percebermos, somente pela respiração, porque precisamos umidificar o ar seco que chega ao nosso sistema respiratório”, conta o professor.

Ele ainda ressalta que, em centros urbanos, os riscos de infarto do miocárdio e derrames cerebrais são ainda maiores, pois “as ilhas de calor potencializam os efeitos negativos de temperaturas elevadas, provocadas pelo deserto de concreto que construímos no solo da nossa cidade, principalmente em sua região central”. Enquanto não há perspectiva de melhora desse quadro, uma possível solução seria “melhorar pelo menos o microclima, plantando mais árvores e tornando a nossa cidade mais habitável”. A recomendação é que, no calor, as pessoas redobrem a atenção com sua hidratação e saúde cardiovascular.

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